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Mostrando postagens de maio, 2011
Não estava surpresa porque não sabia - afinal, sempre descobriu todas as supresas. Estava supresa porque não queria mais saber.
Mas é quando se cansa de pensar é que se pensa: perde-se tempo pensando?

essencial, importante e dispensável

entre faltas e ausências fica nítido o contraste do que é essencial, importante e dispensável. o que é digno de ser dito, é que, dentre os três, pouco é sólido. pouco realmente dura, essencialmente. e geralmente o que é essencial, nem sempre fomos nós que escolhemos. simplesmente estávamos ali, crescemos ali, e cravamos as raízes ali, por ser o primeiro ponto avistado, vulgo porto seguro. o importante é transitório. TANTAS coisas já nos foram importantes, que se tornaram desinteressantes e, logo, dispensáveis. essas mesmas, nunca são desqualificadas: mais dia menos dia, voltam a ser importantes, quase essenciais. as mutações espontâneas que temos e até as que somos submetidos nos levam - todos os dias - a repensar, reavaliar tudo o que realmente tem valor para nós. rodas gigantes de conclusões são tamanhas que até o essencial sólido pode se tornar dispensável. às vezes se desprender disso tudo é o que realmente importa.

tá em todo lugar

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ta naquela ponta do sofá. tá naquele travesseiro. tá naquele lado da pia. naquele doce de brigadeiro.  até no suco na dispensa.  tá naquele corredor. aquele. tá naquela que pergunta: compensa? tá na foto clicada. tá naquele jogo. tá no pedido de lanche. na frase ensaiada. tá no barzinho de vez em quando. tá na pizza de sempre. tá naquela viagem que nunca..tá na boca de toda gente. tá naquela naquela frase persuasiva.  tá nos sapatos, nas roupas. tá até na minha louça! tá batendo na porta, tá tocando no telefone. tá naquela música, neste filme, naquele episódio. tá no meu carro, no meu canto, no meu quarto, no meu encanto. tá ali, bem naquele cantinho. tá em todo lugar.  menos onde devia estar. aqui.

amanheceu

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amanheceu o sino tocou o dia raiou a luz entrou por um instante tudo parou. o azul convida sem vida nada acordou.

porcelana

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ouvi dizer:  com boneca de porcelana não se brinca. boneca de porcelana racha quebra trinca. boneca de porcelana se exibe preserva no alto maior do que um salto no infinito no seu lugar bonito onde só o dono a toca. se a pessoa ousa pretenciosa algo tão delicado manusear a boneca acorda a clamar "Cuidado comigo!" não se sabe se a pessoa faz riso de amigo ou de inimigo. ouve-se a lástima descuidada desatenta infinita. da dor de perder aquela que não se brinca. ela racha quebra. e acaba.

vencido

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assim, justo assim, a validade expira e não importa o quanto se inspira: a força já não é mais a mesma. diante de tudo e todos aqueles onde um pouco dela foi depositado, observo as faltas e excessos e talvez, expirada, admito onde poderia ser sido mais generosa, menos prestativa, mais coerente. e devo admitir que em devidas circunstâncias sempre fora! mas que diferença faz um dia. uma atitude. um segundo. um segundo acelera uma atitude. uma atitude transforma um dia - de repente, em um dia onde você é tudo, a tua validade expira. e no outro, você não passa de um nada. vencido.

eu te amo

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eu te amo. dizem que não sabemos o que é amor enquanto não temos um filho. que podemos amar a todos, mas o dia que tivermos um filho, todo o amor do mundo seria explicado. eu não me importo com essas palavras - o amor da minha vida é você e esse lugar é seu.  eu te amo, você orienta me desorientando, você me faz crescer pedindo pra eu voltar a ser criança. eu te amo por tudo o que você já fez pra mim e te amo ainda mais porque sei o quanto você queria poder ter feito mais e não pôde. eu te amo não só porque você é minha mãe, te amo porque sou sua filha e tenho orgulho de dizer: eu já cresci, mas ainda quero ser igual a você - especialmente quando tiver um filho.

é preciso

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não há quem conteste dias claros e cheios de vida. na medida certa, são os dias que passam mais rápido, são menos penosos e mais produtivos. sim, existem os dias com demasiada luz e calor excessivo que exaurem - afinal, nada é bom em excesso - mas eles ainda trazem apenas cansaço. tomamos certas e as maiores decisões nestes dias. dias nublados soam como estacionados. duvidosos. um dia lamentável, choroso. longo, chato e triste, que se pudessemos, fecharíamos a porta dos olhos e hibernaríamos até o dia seguinte, esperando um dia bonito. repensamos absolutamente tudo nestes dias, demagogos, nostálgicos, patéticos necessários: adiamos tudo. dias de chuva. os dias em que tudo muda, tudo renasce, tudo estremece ou se afoga. há quem não sobreviva dias de chuva porque não define o que eles realmente são: para o bem, ou para o mal. por mais encharcada e impossibilitada de ver claramente, quero valorizar estes dias e sobreviver à chuva. esperar o que vem depois. cinza ou cheio de co