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Mostrando postagens de 2012

colega é outra história

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amigo não se pede, não se despede, não tira férias. se tira, é junto, e se não é junto, não é igual. tem perdão instantâneo, tem benefício de dúvida. tem saudade. tem respeito para falar a verdade. tem crédito quando precisa mentir, afinal...às vezes é pra proteger a gente.não dá para querer ser amigo. se é, o é de acordo. se não é, colega... bom, colega é outra história.

quando é para sempre

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quando vê, já é quando percebe, já era. pode ser que até já foi,  mas dentro vai ser para sempre.

bem-vindo ao dia a dia

o dia mal começou e eu preciso correr para entregar aquilo.  ligar para lembrar fulano disso.  passar no caixa eletrônico e pagar isso que eu já esqueci umas três, talvez quatro vezes. buzinaram para mim e eu nem conheço - será que eu aceno de volta? deveria, não tenho enxergado tão bem ultimamente... mas agora já perdi a oportunidade. será que é a fulana? que saudade dessa minha amiga! vou ligar pra ela. mas eu preciso ligar mesmo para cancelar a assinatura daquela revista que continua vindo e eu nem tenho mais tempo de ler. falando nisso, li a mensagem que me mandaram ontem no meio da madrugada e ainda não respondi - vai pensar que eu sou grossa, mas talvez, melhor assim. tenho coisas mais importantes para me preocupar! nem marquei aquela consulta que faz tempo que eu gostaria.. onde eu estava indo mesmo? esqueci. só sei que já estou atrasada.   

aquela

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tranquila e dirigindo por aí, mal esperava a surpresa instantânea que teria quando aqueles primeiros acordes começaram a tocar.  sabe aquela música que você chora sempre? aquela, que lembra aquilo, daquele tempo, daquela pessoa! aquela que você, num momento miserável, dá PLAY e fala: vou chorar como se não houvesse amanhã. e dá repeat, repeat, chora até se sentir besta e desliga.  sim, aquela música. aquela música invadiu a minha serenidade para acabar com aquele momentinho, aquela curtidinha de cabelos ao vento, o momento mais feliz do dia: o que você volta para casa. e aquela música tem um efeito tão dominó que te imobiliza: você não consegue tirar. tocaram os primeiros segundos e eu já pensei: "pronto.".  passaram outros e nada. surgiu um sorrisinho pretensioso. mais uns segundos. nada. "porque é que eu chorava nessa música mesmo?" e rindo, não troquei a música. também tão pouco lembrei porque ela me deixava tão triste há tantos anos:  a

passa

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Mas paixão é assim mesmo. Passa. Se ficou, é amor. Não custa acreditar que é. Até passar.

retrovisor

hoje mesmo, na caminhada para subir, senti minhas pernas doerem. doerem porque cada dia que passa, o caminho tem ficado mais difícil, mais íngreme. há pouco, confesso, pude correr numa reta prazerosa que infelizmente, chegou naqueles certos obstáculos. eles não são novidade e nem tão indesejados - afinal, se fico mesmo numa linha reta sem fim, acabo simpatizando com o sono e a distração. mas, em certos períodos, a lei de murphy poderia evaporar ao invés de concretizar-se diante dos olhos e de coisas que às vezes, não são fáceis de ultrapassar. a constatação é nada mais do que realista: você precisa ir sozinho. conselhos não te jogam para cima e ninguém para o próprio caminho só porque você deu a famosa empacada. não sei ao certo como driblar e continuar, mas como não usar do que se tem para aprender a ultrapassar? dizem que pra você subir, não deve-se olhar para baixo. admiro a coragem de quem sobe sem certezas, mas eu prefiro olhar para trás e retroceder dois passos a errar mais uma

transparentes

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fechei meus olhos pro óbvio pra curtir o que com o tempo vem. só que este mesmo tempo pareceu fechar seus olhos também. você veio a mim como um vento - daqueles que não se vê, só se sente - mas de novo aparece o tempo e transforma todas as cores destes sonhos. agora já velhos e turvos transparentes.

se ao menos ela soubesse

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Ele ficou olhando pro nada e pensou: "Como eu queria parar de pensar nela!". Mentalmente, ele sabia que nada que ele fizesse realmente faria com que aquilo acontecesse, mesmo lembrando o quanto ela extraía o pior dele. Todas aquelas vontades proibidas, aqueles desejos momentâneos que estragavam-lhe o dia: era tudo o que ele conseguia pensar, e isso lhe atrapalhava a vida. As tarefas acabavam parcialmente mal acabadas, com três, quatro ou cinco lembranças daquele veneno. Também sabia, consigo, que era por culpa de também trazer o melhor, que ele não conseguia parar de pensar. Dantes, todos os pensamentos eram concluídos e assim, as tarefas melhor cumpridas na ânsia de encontrá-la mais tarde. Aquela maldita.  - Maldito seja eu, que te dei poder demais! Bebeu mais um pouco e pensou, "Será o amor ... isso? Essa dor?" Apesar de não ter a resposta, não se importava com ela. Por um segundo, pensou "Ah, se ao menos ela soubesse...", no seguinte, quis q

eu já sabia!

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eu sabia. quantas vezes a conformidade é tamanha que, por motivos interna e estranhamente desconhecidos, exerce-se tanto o poder de dizer que sabia.  eu sabia que não devia ter dado a segunda chance. sabia que era contra-mão. sabia que ia chover e não peguei o guarda-chuva. sabia que alguém ia ligar, e mesmo assim esqueci do celular. sabia que ia me machucar, mas ainda assim arrisquei. sabia que não ia gostar, mas cativei. sabia que talvez, podia dar certo - mas tive medo de tentar. sabia que ia sentir falta, mas não valorizei quando pude. sabia que me arrependeria por não ir, mas não fui. sabia que, o dia que eu não mais saberia o que fazer, por pura falta de saber, finalmente reconheceria que nada sei. que interessante mesmo, é saber - presente do indicativo. saber é diferente de sabia. vale muito mais do que soubesse. enormemente mais válido do que saberia. você sabia? 1/6/09

imagino

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Imagino. e imaginando, me pergunto se você imagina.
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não me matou, nem me fez mais forte.  só não vai acontecer de novo.

contagem progressiva

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alguns minutos, poucas horas,  toda proximidade vezes toda timidez: pode ser que eu me engane,  pode ser que você me engane, mas a primeira vez que eu te vi,  não será a última vez. mais uns dias, mil segredos e presença pode ser que já te goste, já te adore que queira ser competente para que tudo se fortaleça ser importante mais importante tão importante do que qualquer outra pessoa  que você há muito tempo conheça.

mutante

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alô você, que passa e não fica: eu não sou retornável, não sou reciclável. sou feita de carne mole, respiro profundo e preciso de tratamento constante. não tenho prazo de validade, mas sou mutante: se me deixou e tentou voltar, tem que ser diferente. se tentar me mudar, será frustrante.

bagagem

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carregava consigo muita coisa que não precisava. coisas que só lhe aumentavam o peso e elevavam o custo de transporte. que sempre avacalhavam a entrada em novas portas e custava-lhe a atenção para adquirir novas coisas e sentimentos. tomar conta de muita coisa, afinal, dá muito trabalho. volta e meia ficava tentada a aliviar o peso de tudo aquilo - ela sabia que carregava demais, mas simplesmente tinham coisas que eram difíceis de desapegar. quando duvidou sobre os caminhos que vinha trilhando, tomou coragem e abriu a bagagem. enquanto brilhavam os olhos, percebeu a inutilidade de algumas coisas que nem ela conseguia mais usar: não tinha mais paciência pra'quilo, não tinha mais tempo pra'quela coisa. não queria nem ver mais aquele troço e tão pouco aquilo ali ainda serveria para o presente - o problema não era conseguir classificar tanto peso morto. era se livrar de todo ele. apesar de todas as revisões, a maioria das coisas sempre ficava - um peso que por mais de meio mor

terça

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tinha gosto de terça-feira.  nada suficiente alegre ou esperançoso, prestes a se transformar em algo bom - como um dia de descanso ou um dia lindo de passeio pela praia. e também não era como uma maldição, como uma ingrata segunda-feira.  era como algo café morno quase frio, uma medalha de bronze ou férias sem viagem.  era bom, mas sem graça.  como uma terça-feira.

pouco

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I nsistia, mesmo prevendo o insucesso.  não tinha muito que pudesse ser feito. O muito era ainda tão pouco... 

apagão

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estava cega. perdida.  usando apoios que já não mais conhecia a origem e se machucando toda vez que errava e colocava as mãos em algo que a cortasse por fora ou que a dilacerasse por dentro.  a cegueira era por falta: era escuridão demais.  precisou aprender a ver com a intuição, a sentir com a proximidade e a esquivar do vento, conforme soprasse mais forte.  ficou tão prepotente que pouco duvidava do que imaginava e presumia; não permitia nenhuma aproximação e esqueceu-se de como uma boa brisa pode aliviar e levar consigo alguns traumas. algumas amarguras... e percorreu assim, até enjoar de si.  da mesma imaginação. do mesmo cheiro. da mesma opinião. dos mesmos pontos de vista. ela queria mais do que pontos de vista, ela queria enxergar e,  quando viu uma luz, resolveu segui-la, por mais que a cegasse.  era luz demais.  desnorteada, não sentia mais nada, só o furacão de sensações que a invadia. era tudo tão forte - não havia frio. não havia cautela. apenas o vento e

contra a correnteza

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é bom ser conduzido.  mas não precisa ir sempre para onde o vento sopra ou onde a correnteza leva. ela queria sentir um pouco de vento no rosto. e ganhar força, para aguentar remar ao contrário.

te desejo bem de longe

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me deseje bem, pode ser bem pouquinho,  bem baixinho.   mas me deseje bem. não precisa despertar ninguém - eu só quero sentir um pouquinho do que desejo para você também.
porque a verdade é que as pessoas são o que elas fazem. não o que elas dizem.
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errada estou eu por te dar poder demais. 

e..

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vagar até encontrar o seu sorriso - o que abastece o meu coração.

coragem

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criando coragem, a gente que não-sabe-se-sabe-o-que-quer fica idealizando algumas noitadas perfeitas, daquelas de contar, chorar de tanto rir ou de tanta vergonha. planeja-se dançar, não ficar de ressaca ou parecendo um panda no dia seguinte. planeja-se o tipo de calcinha, o tipo de salto e até - pretensiosas - as dores possíveis vindas de tal salto: a gente dá um jeito de levar um chinelinho. ainda que assim, planeja-se não planejar, o que vier de bom a gente aproveita e o que de ruim aparecer, a gente mete o pé.  nos unimos com companhias semi inseparáveis para parecermos mais fortes, mesmo que não precisemos. é bom espantar quaisquer rumores de vulnerabilidade.  durante o percurso, a gente precisa de coragem. coragem de dizer não de lá, jogar um sim para cá e mais coragem ainda para ser arrastada para longe do batalhão. ficar um contra um. mas você já disse sim e pega ali naquela situação de entrega ao ainda-inimigo, não existe uma ou duas pingas que não façam ele tornar s

aprenda a dividir

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tinha mais ou menos duas décadas que não sabia conjugar o verbo compartilhar. nunca considerou isso um problema anormal: não gostava mesmo.  dividir o espaço, dividir os horários. separar guarda roupa entre as que pode e as que não pode.  a-ver-são a dividir. nem mordida de lanche, gole de suco, lambida no sorvete, a última bala e um pedaço de sentimentalidade. era bem estranho. mas era real, seguro.  cheio de barreiras. muros. confessou sentir-se anormal por gostar de ser assim, de viver para si. não que não soubesse que não precisava ser daquela forma: apenas gostava e não via mal! mas nem por isso deixou de partilhar dos alheios, segundos e terceiros sem oferecer nada em troca.  egoísta. inerte. de repente, estranhou ao sentir normal quando teve o espaço invadido. demarcado. refletiu e, pretensioso, duvidou que tal alguém pudesse estourar a barreira ou a derrubada da murada - uma mania frustrante de subestimar. conjugou o verbo duvidar por muito tempo e  achou normal

nunca mais

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quem sabe o verdadeiro significado do bom  nunca mais avisa: é um verdadeiro alívio.

passando

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passar por onde passamos não ajuda nada passar. e passar por onde não passamos, só faz imaginar como seria se você ali passasse. 
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mas sim, dê o primeiro passo. nada vem até você, a não ser a tristeza que vai... e sempre volta.
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eu tô feliz como nunca, sim. porque aprendi que ser feliz por mim é muito menos decepcionante - e se eu me decepcionar, eu me bato. por muito tempo... até ser feliz de novo.

estica e puxa

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O prazo de validade tá chegando, a paciência tá acabando... mas o momento bom e a verdade ainda existem. O sorriso ainda convence.  Mas tá acabando!  E você se estica... mesmo com medo de arrebentar. Quando parece escapar, você puxa.  Porque quer de novo, era completo, era tanta satisfação. Puxa porque é teimosa e esquece que esticou demais. E algo que quer ir, não adianta puxar de volta. Já foi.

gramática

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excessos de reticências para excessos de pontos de interrogação.  excessos de aspas que lembram passados recentes.  travessões de frases imperativas sem efeito. sentido subjetivo? pra quê? e eu não quero futuro do pretérito. quero exclamações! e só quero presentes.. sem pontos finais

coisas são normais

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é normal encostar as coisas. e despretensiosamente, algumas outras coisas são capazes de colorir aquela coisa encostada. algo que já estava preto, jogado, perdido.  e mesmo quando você percebe que tais cores podem não ser os tons mais fortes do mundo, é que conclui: o mérito não são das cores. não é de nada externo! é seu, por não ter abandonado o que achou que tivesse perdido. teve esperança. é normal reaproveitar as coisas encostadas.
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casada

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deve estar cansada de mentir. de omitir. cansada de alguma coisa! às vezes de tanto, de tudo. ou de tão pouco. por aqui, algo sempre esteve calado, e talvez por acreditar tanto que estivesse bom, às vezes se encontrava vendo tudo errado, torto. como não sabe o que quer, pode ser que esteja confusa, que se arrependa do caminho que escolheu, e deve estar cansada de se convencer que não se arrepende. pode ser que esteja farta das suas próprias promessas - as mesmas de sempre - e mais do que convencida do seu próprio poder e capacidade de criar desculpas novas e que quebram todas essas promessas. procrastinação também cansa. assim como as coisas que sempre estão no mesmo lugar. das rotinas, dos horários, das corridas. pode ser falta de ânimo, de gás. de novidade. de um script que dorme-se cansada, acorda-se desmotivada - de planejar aquele descanso e ele nunca chegar - ou não ser suficiente. casou-se com o mesmo? aquele que não consegue ser o diferente que ela precisa para dei
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mesmo que já não veja mais seu rosto, não importa. eu ainda vejo as estrelas.

dá e passa

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as pessoas deviam merecer nossas vontades na mesma proporção e intensidade que elas nos acordam de madrugada. mas nunca.

idiotas

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intimistas. eu que gosto de originalidade e sou avessa a ser mais um ponto dentre tantos outros na multidão, gosto de me parecer com você. gosto do poder de nossas conversas involuntárias. gosto de que as conversas involuntárias sempre se tornam úteis para que nós cada vez nos tornemos mais íntimos. adoráveis. mesmo eu que cheia de poréns, escudos, proteções e cercas de arame farpado que só dispostos conseguem atravessar na expectativa de se aproximar, me abri para você me deixar mostrar que eu também sou disposta. também te adoro e também me deixo ser adorada. extremistas. eu que não acredito que tudo seja preto e branco, ou multicolorido, ou cinza..ou qualquer textura! tenho me levado a alturas, sejam vindas de baixo ou de cima: nada gerado por nós é pouco. muitas vezes chega até a ser muito pouco. mas ainda é muito. e nosso. briguentos. mesmo com o fato de não possuir tamanho, forças, botas nem armas de combate, sou capaz de armar uma trincheira ridícula, de onde eu pos

big sena

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ela sentiu que aquele dia tinha vibrações diferentes. que um dia seria muito afortunada: ganharia todo o dinheiro que precisava para satisfazer-se e alegrar todos a sua volta. ah, instantaneamente, compraria aquele carro, com aquelas rodas. daquela marca que qualquer assistência técnica exigiria o custo de outro carro - que ela provavelmente compraria também, já que em seus planos não cabiam um carro só. tinha horror a pobreza e queria ser diferente: não dar para a mãe a 'casa dos sonhos'. daria uma viagem. a colocaria sentada em um avião com quem quisesse e voltaria quando enjoasse. obviamente chegaria e ganharia a tal casa - ô espírito... para o irmão, uma empregada, de preferência bem feia. já que este nascera com aversão a organização e aparentemente surdo aos apelos da genitora, resolveriam-se dois problemas. ela adorava pensar em tudo. já estava esquecendo dela. com a casa limpa e mamãe desvendando mistérios de línguas, aeroportos e novas cores, ela faria is
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hoje não doeu mais. mas também não doeu menos. doeu igual. como se fosse ontem.

aceitação

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cortaram a música no meio.  a ligação caiu. acabou a luz. o programa travou.  tá faltando sal. tá doce demais. tá tudo sem gosto. desgosto. ninguém me atende, ninguém responde.  leio mas não entendo, eu me esforço e não compreendo. acabou o grafite, acabou o papel, acabou a piada. a lágrima secou, a dor não passou.  a falta é imensa. fecharam a tampa. o vento soprou. acabou?

por você

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eu poderia perder o medo de ser simples. eu perderia todos os medos de ser eu.  ainda assim, por você, eu queria ser melhor.

castelinho

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as conclusões precipitadas diziam que ela era uma pessoa difícil de se aproximar, de se aprofundar - ela tinha um castelinho restrito que os convidados eram absurdamente selecionados. uns ganhavam passe com o tempo, outros com a forma de comportamento, cautela, discernimento: era uma questão de merecimento. logo, às vezes tinha certa fila pra entrar. outras vezes, era possível ver gente sendo expulsa, gente saindo. de vez em quando, um absoluto deserto na frente dos portões.  uma vez lá dentro, o importante era não mexer em nada - era tudo milimetricamente arrumado, alinhado. tinha essa mania de saber exatamente como tinha deixado tudo e quem havia passado por lá.  no castelinho, tinha sim aqueles cantos que ninguém quer que as visitas vejam, aqueles que acumulam uma poeira que brota do chão. tinha o cantinho da bagunça - morar num castelo não fazia dela uma princesa. o sotão era onde ela mais se orgulhava: realmente ali só entrava gente especial. que pedia, limpava o pé e faz

simples companhias

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sentada e sem propósito, aquele dia, a borboleta mais linda que pudera ter visto, pousou no meu colo. aquilo era tão lindo e a inquietude de mostrar para alguém acabou a afastando a ponto de não vê-la mais.  um brinde às coisas simples da vida, cuja simplicidade é tão sucinta que chegam a ser complexas - seriam mesmo as simples coisas as mais satisfatórias? já encontrei satisfação, sim, em coisas simples. as vezes só, as vezes completamente só em meio a várias pessoas; mas as vezes que a satisfação encontrada tinha a presença da minha  platéia,  essas sim valem a pena serem lembradas.  geralmente essas pessoas, simples, tornam coisas grandiosas ou pequeninas em satisfatórias, simplesmente por dividí-las conosco. coisas são pequenas perto de grandes companhias!  triunfos, medinhos, sonhos distantes, quebra de regras: tudo é mais digno se existe alguém com quem você os divida. assim, penso eu. o tempo com aquela borboleta poderia ser mais apreciado. ela, mais valorizada, v

tá guardado

"tá guardado. o que é seu está guardado. quem guardou? e se guardou, porque escondeu tão escondido? se foi para o meu bem, deveria saber que eu acumulo certa preguiça, desde nascença, em procurar. em persistir. confesso meus defeitos da mesma forma que evidencio a competência de quem escondeu o que é meu: realmente o danado fez um bom serviço.  julgo-o pretensiosamente, até porque, se tivesse que encontrar alguma coisa ruim, bastava sentar - nunca vi um imã tão bom quanto o meu pra atrair certa negatividade.  e ainda assim, sou a mesma positiva otimista que acredita que deve ser tão bom, tão bom, que sentirei a recompensa e o alívio de quando finalmente encontrar. ou sei lá, às vezes o negócio é sofrer tanto que qualquer pouca coisa boa será valorizada mais do que realmente merece. o negócio é que eu quero encontrar. logo. ontem."

do lado de dentro

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não sei se é falta de tudo do que tive  ou do que deixei de ter:  só sei que tem dias que acordo triste e  com saudades de você. não sei se me manifesto ou simplesmente me seguro - enlouqueço e a ideia apodrece. surgem mais perguntas do que respostas: será que o contrário também acontece? se isso me faz mal ou bem, não sei dizer, não entendo. tenho vontade de correr pra longe. percorrer o mundo.  mas de que adiantaria se você está do lado de dentro?
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passar o tempo passa. parar, a vida não para.  é bom plainar e ver tudo. tudo o que eu tinha. depois de tudo, o que dói mais não é perder o que você me dava.  é realizar tudo o que eu perdi por ter escolhido você.

te odeio porque sim

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odeio o seu olhar fingindo que não se importa. não suporto o fato de você sempre querer algo especialmente de um jeito e, abruptamente, querer de outro. te odeio porque sim. odeio o jeito como tudo seu é maior, mais importante, dói mais. como cada coisa a qual cabe perfeitamente no seu enredo quando lhe convém. e quando se torna alheio, no caso meu, é apenas detalhe, mera coincidência, mal entendido.  eu odeio quando você pensa que tudo poderia ser como antes em fração de milésimos. odeio mais ainda quando você transforma o morde-assopra em arranca-pedaço-assopra. odeio sua falta de noção das palavras tempo, espaço, de velocidade. odeio a sua falta de atitude, a sua falta de coragem. odeio os seus medos. e o fato de você ter tanto medo, o fato de você se render para o medo.  tenho horror desse seu jeito protetor falho e instantâneo, que sempre discursa que vai estar perto quando na verdade, nunca está. desse seu jeito onipotente. na verdade, eu odeio mais o fato de você não

atoleiro de felicidade

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é engraçado como a gente se perde e se encontra em pessoas. como chega-se a pensar que nunca vai gostar tanto de alguém quanto a última pessoa a qual dedicamos certo amor. que depois de certo tempo, tudo fica banal e sem graça. a gente se perde mesmo.  e sai em fuga  e se atola em si mesmo. tem sorte quem se reencontra. especialmente em alguém. um alguém  que caia no atoleiro - ou que te puxe;  ou quem faça dele o melhor lugar. alguém que só pense em te proporcionar carinho recíproco ao que você proporciona - reciprocidade é tudo. gravidades desaparecem como água no calor.  banalidades mal são vistas, e se vistas, são mal vistas. consideração cresce como a erva daninha mais linda - que nem deve ser podada. quando a gente acha esse alguém, nada mais certo do que regar tais ervas daninhas. quando você já se vê responsável por quem te salvou do atoleiro, só te resta cativar para sempre - um trabalho nada árduo para quem detesta se perder sempre, o tempo todo

falta tanto

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parece já passou tanto tempo, uma eternidade. e quantas eternidades terão que passar para que o tempo vire o tal melhor remédio? que nada. perto do que precisa passou pouco: o tempo passa devagar... e tão discreto que engana todos: olha como este ano passou tão rápido. é mesmo? há muito tempo que já tive férias de mim. faz mais tempo ainda que me senti com energias para enfrentar tudo e todos o tempo todo. o tempo não passou rápido, nem muito menos vai curar nada: nós é quem passamos rápido, perdendo tudo através do tempo.  o que importa é o que a gente sente: na verdade, nem faz tanto tempo que eu te perdi. mas foi tempo suficiente para que eu desejasse, todos os dias, poder voltar no tempo. originaly p osted  19th November 2009

amor à segunda vista

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eu não acredito em amor a primeira vista. não por duvidar da sua existência, mas porque é falho. apesar de encher meus olhos quando lhe vi pela primeira vez, eu apenas "queria". o amor a primeira vista te engana assim como te seduz: você impõe ali dentro desejos e expectativas na proporção do que está vendo por fora. ou não: simplesmente enxerga no que está adorando, coisas que talvez a pessoa nunca tenha almejado ser. o amor a primeira vista não vê imperfeições. deslumbra-se com as qualidades externas. apesar de deslumbrar-me com seus olhos, jeito e caminhar, eu preferi que o amor viesse a segunda vista - quando pude ouvir o macio tom de voz da sua pseudo-cara fechada. descobri também que a cara fechada só existe por defesa, não por ataque - e que você também é frágil. descobri a teimosia eufórica que te domina quando alguém lhe contraria e muito mais quando alguém lhe desconsidera. vi que sob stresse você diz mais do que deve. mas também vi que você consegue chamar a