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Mostrando postagens de março, 2012

pouco

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I nsistia, mesmo prevendo o insucesso.  não tinha muito que pudesse ser feito. O muito era ainda tão pouco... 

apagão

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estava cega. perdida.  usando apoios que já não mais conhecia a origem e se machucando toda vez que errava e colocava as mãos em algo que a cortasse por fora ou que a dilacerasse por dentro.  a cegueira era por falta: era escuridão demais.  precisou aprender a ver com a intuição, a sentir com a proximidade e a esquivar do vento, conforme soprasse mais forte.  ficou tão prepotente que pouco duvidava do que imaginava e presumia; não permitia nenhuma aproximação e esqueceu-se de como uma boa brisa pode aliviar e levar consigo alguns traumas. algumas amarguras... e percorreu assim, até enjoar de si.  da mesma imaginação. do mesmo cheiro. da mesma opinião. dos mesmos pontos de vista. ela queria mais do que pontos de vista, ela queria enxergar e,  quando viu uma luz, resolveu segui-la, por mais que a cegasse.  era luz demais.  desnorteada, não sentia mais nada, só o furacão de sensações que a invadia. era tudo tão forte - não havia frio. não havia cautela. apenas o vento e

contra a correnteza

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é bom ser conduzido.  mas não precisa ir sempre para onde o vento sopra ou onde a correnteza leva. ela queria sentir um pouco de vento no rosto. e ganhar força, para aguentar remar ao contrário.

te desejo bem de longe

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me deseje bem, pode ser bem pouquinho,  bem baixinho.   mas me deseje bem. não precisa despertar ninguém - eu só quero sentir um pouquinho do que desejo para você também.
porque a verdade é que as pessoas são o que elas fazem. não o que elas dizem.
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errada estou eu por te dar poder demais. 

e..

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vagar até encontrar o seu sorriso - o que abastece o meu coração.

coragem

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criando coragem, a gente que não-sabe-se-sabe-o-que-quer fica idealizando algumas noitadas perfeitas, daquelas de contar, chorar de tanto rir ou de tanta vergonha. planeja-se dançar, não ficar de ressaca ou parecendo um panda no dia seguinte. planeja-se o tipo de calcinha, o tipo de salto e até - pretensiosas - as dores possíveis vindas de tal salto: a gente dá um jeito de levar um chinelinho. ainda que assim, planeja-se não planejar, o que vier de bom a gente aproveita e o que de ruim aparecer, a gente mete o pé.  nos unimos com companhias semi inseparáveis para parecermos mais fortes, mesmo que não precisemos. é bom espantar quaisquer rumores de vulnerabilidade.  durante o percurso, a gente precisa de coragem. coragem de dizer não de lá, jogar um sim para cá e mais coragem ainda para ser arrastada para longe do batalhão. ficar um contra um. mas você já disse sim e pega ali naquela situação de entrega ao ainda-inimigo, não existe uma ou duas pingas que não façam ele tornar s

aprenda a dividir

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tinha mais ou menos duas décadas que não sabia conjugar o verbo compartilhar. nunca considerou isso um problema anormal: não gostava mesmo.  dividir o espaço, dividir os horários. separar guarda roupa entre as que pode e as que não pode.  a-ver-são a dividir. nem mordida de lanche, gole de suco, lambida no sorvete, a última bala e um pedaço de sentimentalidade. era bem estranho. mas era real, seguro.  cheio de barreiras. muros. confessou sentir-se anormal por gostar de ser assim, de viver para si. não que não soubesse que não precisava ser daquela forma: apenas gostava e não via mal! mas nem por isso deixou de partilhar dos alheios, segundos e terceiros sem oferecer nada em troca.  egoísta. inerte. de repente, estranhou ao sentir normal quando teve o espaço invadido. demarcado. refletiu e, pretensioso, duvidou que tal alguém pudesse estourar a barreira ou a derrubada da murada - uma mania frustrante de subestimar. conjugou o verbo duvidar por muito tempo e  achou normal

nunca mais

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quem sabe o verdadeiro significado do bom  nunca mais avisa: é um verdadeiro alívio.

passando

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passar por onde passamos não ajuda nada passar. e passar por onde não passamos, só faz imaginar como seria se você ali passasse.