sinceramente, não dá

Nem sei por onde começar, já que começo a escrever e começo a reclamar. E apago.  Mas é aquela sensação de desconforto eterno, entende? A gente sente que dorme e não descansa, que se alegra mas não diverte, que mata a fome mas não a vontade de comer. É bizarro como a gente entrega as melhores coisas da vida por pessoas que não valem nosso sono, nosso sorriso e todas as outras coisas que a gente mais ama fazer.  Qual o erro de se entregar, então? Não sei. O problema é que você se entrega e ninguém te devolve. Você faz menos coisas por você e nem percebe. Se afasta, cria uma vida separada. Paralela. E de repente, percebe que está assim: uma pessoa menos.  É tempo de se pedir de volta. Se acuda, grite, devolva-se. Não acho certo ser um poço de frieza, mas chega de dar poder para quem te faça mal.  Nada deve te tirar o sono. Lembra da história que as pessoas devem te transbordar, não te completar? Pois é. É verdade. Por favor, quero ser completa de novo. E quero dormir, pel

Pior mesmo é aquela sensação do mundo inteiro se movendo a trocentos km por hora e você, com aquela cara de paisagem, frustrada, como se alguém tivesse comido aquele-último-pedaço-de-doce que estava na geladeira e você pensou nele platônicamente o dia todo.

É engraçado como toda felicidade plena pode ser totalmente destruída em uma fração de segundos. Engraçado e difícil. Se acho que devemos viver à espera de maus momentos? Jamais.  Mas embriagar-se de felicidade e esquecer que estamos suscetíveis a certos golpes deixa as decepções tão mais duras de suportar. E superar.

Parecia diferente dessa vez. Daquele diferente que você jurava que não podia sentir de novo. Daqueles diferentes que você chega a duvidar tanto, que pode até estragar tudo.

A gente fica perdido quando adiciona e pesquisa opiniões demais. A habilidade de se entender se enfraque, se amedronta. E quando a gente quer gritar para não implodir, nem sabe o por quê do grito. Me pergunto às vezes se eu desaprendi a me entender. Se alguém me perguntasse o que eu quero, talvez eu fosse clichê para responder, e isso me decepciona. Não porque "ser feliz", "encontrar tal pessoa" ou coisa do tipo não seja importante. Mas eu sempre gritei por algo mais. Preciso entender por que já não ouço os gritos. Será que cansei de querer sempre mais ou tem um encosto me atrapalhando a ouvir?

E saber discernir quem te deixa sem chão de quem te faz flutuar.

O "de hoje não passa", desde ontem, talvez uns meses atrás, vai ficando mais perto. Aquela sensação interna que parece explosão/implosão, e você sempre disfarça que é dor de estômago, fome demais ou fome de menos, gases, refluxo ou qualquer coisa mais dramática, vai apertando, e não tem sal de fruta que cure ou saco de açúcar que adoce. De hoje não passa, porque hoje, você sabe que o problema, não está mais abaixo, nem dentro de você. Está acima.  E já foi a época que você deixava seus problemas serem maiores que você.