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Mostrando postagens de 2007

::: memória

Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. (Carlos Drummond de Andrade) e alguém se atreve a descrever a sensação de ler algo que, sutilmente, encaixa? eu também não.

um achado.

intrelude enquanto o amor não vem e em todas as horas esparsas vejo passar seus sorrisos espero calma pelo seu aviso de quem sempre esteve aqui ao meu lado percebendo meu desespero protegendo de todo o caos enquanto o amor não chega te abraço no início da valsa sei de cor todos os passos nossas danças sem compasso não me deixo tropeçar sem medo do pranto sem cinza da noite enquanto o amor não vinha disfarço seu olhar distante você feito de espelhos cegando minha ternura eu perdida no seu desencanto precisando do seu conforto aborrecida demais pra chorar pra todas as coisas eu tinha você afago sem medo instantes de sossego uma pena se perder em si e me deixar tão só..'

meio amarga com 0,8 de fibras

tem dias que nem tudo conspira pro bem. não está aquele calor matadouro. ventinho. humor jóia, mas eu, amarga. eu não sei se já falei sobre isso aqui, mas me sinto amarga. não pessimista, mas amarga. não depressiva, embora ocasionalmente deprimida. só... amarga. inconformada, porém, tristemente assumida acomodada. desiludida com o que há por vir e ao mesmo tempo sonhadora. personifico uma série interminável de paradoxos idealizando o que quero, mas sempre tendo a realidade pisando no meu pé descalço. meus sonhos, desenhos e risadas sem motivo são as loucurinhas que me fazem sobreviver e acordar todos os dias. queria achar alguém que também soubesse viver sonhando, mas com um pé na realidade. mas o que sempre encontro são pessoas que saíram do chão e não conseguiram voltar e as que se enterraram tanto que inspiram terra no lugar do oxigênio. o medo de sair voando? é me perder. o medo de fincar os dois pés no chão? não me perder. acordo às vezes com o desejo de loucurinha

all the same

religiosamente, desperto segunda-feira com meu celular vibrando e tocando sempre uma música que penso, "credo, estou enjoada dessa música", e já sou consumida por raiva de pensar como pude ficar vendo t.v. e que como a hora passou tão rápido. eu acabei de fechar meus olhos! enrolo. penso. desfaço da minha dignidade, penso que hoje não vou comer para compensar o final-guloso-de-semana, que ganho inversamente proporcional ao tanto que trabalho e ainda hei de abandonar aquela firma. grrr! já possuída pela raiva [2], já nem quero mais dormir, levanto nervosa e percebo que nem todas as minhas roupas foram lavadas porque, obviamente, eu preferi dormir. enquanto o tic-tac rola solto, e a meia hora que eu teria para me organizar foi reduzida à míseros 13 minutos porque eu inventei de 'dar uma arrumadinha' ali. saio em disparada com a certeza que todos vão notar que eu cheguei 2,8 minutos atrasada. disparo. vôo. the flash perderia. chego e noto que todos atra

cabo de guerra

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por mais sentimentos desconhecidos que nós descobrimos, quanto mais anos colocamos na mochila e aprendemos a abstrair.. eu tenho esperado menos sorrisos do que antes. a linha tênue do balanço universal sempre repetido:  "O universo sempre dará um equilíbrio",  chega a me congelar quando penso nos momentos felizes que tenho tido. filosofando dessa maneira, receosa, tenho criado menos expectativas nas pessoas. pela primeira vez em vinte e dois anos de existência, agi mais com coração do que com cabeça - e descobri de fato o porquê de não fazê-lo antes: o universo resolveu me dar alguns bons momentos ruins, para balancear. das novas descobertas, vejo que  buscar em outros o que sobra em mim cansa. a parte que nos toca são ainda as tentativas. antes parecia tão sábio e gigante ser assim. e era. hoje parece tão absurdo ter cedido. do novo peso na mochila, percebi que não me importo mesmo em ser  a malvada. em relacionamentos, eu sou sempre essa: a que d

pieces.

tem dias que eu acho que o pescoço só foi inventado para que existisse a dor no pescoço. ou, para desespero do meu irmão, para que às vezes ele fosse pintado de tons de roxo. HAAHHA ;X

era pouco, e se acabou?

"as vezes me pergunto se tudo ainda é absoluto. se existe certo e errado. bom e ruim. verdades e mentiras. acho que tudo é negociável. e especialmente...tudo é deixado aberto à interpretações. às vezes somos forçacos a driblar a verdade.. transformá-la. porque somos colocados a frente de coisas que não foram criadas por nós. e às vezes.. elas simplesmente chegam.." OTH

shit.

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cague e ande para não fazer monte grande. (y)

futuro?

tem horas q eu esqueço que a vida é a gente que faz. procuramos nas pessoas, coisas e até fenômenos naturais para isentarmo-nos da culpa, que geralmente, é nossa. claro que um terremoto pode, de fato, atrapalhar a vida de muita gente. não foi isso que eu quis dizer. eu só queria lembrar que quando as coisas não dão certo, xingar não adianta. recitar passagens de livros de auto-ajuda também não. ambos têm exatamente o mesmo efeito do que ler um horóscopo: o poder da sugestão. você pode dizer “eu sou uma boa pessoa, eu vou conseguir tudo que quero” tanto quanto “eu não mereço isso" ou ainda “só não consegui por causa daquele filho de uma puta suja”. no fim do dia, se você não conseguiu, talvez seja só tua culpa. de mais ninguém. talvez da próxima vez você tente mais, talvez menos. tudo depende do quanto você estabelece um limite de razão para conquistar uma coisa. e respeitar até onde você pode chegar. ih, auto-ajuda não, não, não. desculpa. o que eu quis dizer é que não dá pra sab
amar é deixar ir.  talvez amar de verdade é amar ao outro mais do que a si mesmo. extremizar um sentimento a tal ponto em que se é capaz de pensar e privilegiar o outro, e não nós mesmos. é esquecer nosso próprio bem estar. avesso do egoísmo. sinônimo de perda. aprendi que amar também é desprender-se.

..why?

por que é tão mais fácil perdoar um estranho.. a perdoar a pessoa que nós amamos?

desperte

digo que se minha voz tivesse força igual a dor que sinto, meu grito acordaria não só a minha, ou a tua casa. mas quem sabe, meu mundo inteiro.
É que hoje eu esqueci que era mais um dia pra viver sem você... E já que era pra ser assim, antes não acordar e não ter o que lembrar.
sempre ligeiramente insatisfeita com QUASE tudo, sabe? dentro dessa confusão, dessa gente q não se respeita, tenho quase certeza que eu não sou daqui. penso que a vida podia ser sair às terças-feiras sabendo que tem que acordar cedo na quarta pra trabalhar, e nem ligar. podia ser ter grupos de amigos que não se afastassem por causa de novas prioridades. e já que não é muito fácil acreditar em alguém que você não conhece muito - prefiro não acreditar. acho que tudo depende de coisas pequeninas - as que fazem o essencial ser cada vez melhor. mas não preciso do idem de ninguém - o que me restou não é resto - é infinito e suficiente. decidi que prefiro ser feliz por um segundo a estar certa o tempo todo. e se você não me entende, não me julgue, nem me tente. nunca fui boa em estatística e aglomerados, sempre torci o nariz pro mais provável, sempre fui contra unanimidades. já acreditei. vi que só preciso de oxigênio, preciso de minhas amigas, preciso de dinheiro, preciso desesperadamen

.

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade." C. D. de Andra de

te odeio porque sim

odeio o seu olhar tudo-bem-posso-te-ajudar. não suporto o fato de você sempre se contentar com pouco e querer que eu entenda quando suntamente, você quer muito. te odeio porque sim. odeio o jeito como tudo seu é maior, mais importante, dói mais. como cada coisa a qual cabe perfeitamente no seu enredo quando lhe convém. e quando se torna alheio, no caso eu, é apenas detalhe, mera coincidência, mal entendido. eu odeio quando você pensa que poderia ser como antes em fração de milésimos. odeio mais ainda quando você transforma o morde-assopra em arranca-pedaço-assopra. odeio sua falta de noção das palavras tempo, espaço, de velocidade. odeio a sua falta de atitude, a sua falta de coragem. odeio os seus medos. e o fato de você ter tanto medo. tenho horror desse seu jeito protetor falho e instantâneo. desse seu jeito onipotente. na verdade, eu odeio mais o fato de você não conseguir ser tão onipotente e ainda continuar falando comigo como se tivesse 25 centímetros a mais do que

...

. fere de leve a frase.. e esquece. nada convém que se repita. só em linguagem amorosa agrada a mesma coisa cem mil vezes dita. .

atoleiro de felicidade

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é engraçado como a gente se perde e se encontra em pessoas. como chega-se a pensar que nunca vai gostar tanto de alguém quanto a última pessoa a qual dedicamos certo amor. que depois de certo tempo, tudo fica banal e sem graça. a gente se perde mesmo.  e sai em fuga.  e se atola em si mesmo. tem sorte quem se reencontra. especialmente em alguém. um alguém que caia no atoleiro - ou que te puxe;  ou quem faça dele o melhor lugar. alguém que só pense em te proporcionar carinho recíproco ao que você proporciona - reciprocidade é tudo. gravidades desaparecem como água no calor.  banalidades mal são vistas, e se vistas, são mal vistas. consideração cresce como a erva daninha mais linda - que nem deve ser podada. quando a gente acha esse alguém, nada mais certo do que regar tais ervas daninhas. quando você já se vê responsável por quem te salvou do atoleiro, só te resta cativar para sempre - um trabalho nada árduo para quem detesta se perder sempre, o tempo todo.

bumerangue,

e então, subitamente somos pegos pelo acaso das pessoas efusivas. amigas demais. sorridentes demais. confidentes demais. demasiados "demaises". tudo isso, rápido demais. sim, é grave. o calculismo falho de certas pessoas funciona mesmo nessa mesma ordem: calculismo-falho. a princípio elas calculam o quanto podem ter por se aproximar. como sangue sugas, recebem o que você pode dar, depois tiram o que você hesita em dar e, por fim, sugam o que você...nem tem. falhos, porque tropeçam em si mesmos. e na própria ganância do social, e fora os formulários de passados que condenam, a gente descobre. se choca. se irrita. se pega-fogo-de-ódio-baygon-mata-barata. e se pega escrevendo sobre gente que desconhece a teoria do 'tudo que vai volta'. eu já prefiro a do 'tudo que vai, volta em dobro'. nesse caso, tudo que vai..definitivamente VAI voltar. nem que seja pra eu jogar de volta. me permitam concluir? seres demais, são seres de menos. E tenho dito. (; omnia vincit amo

carpe dien? ¬¬

meudeosdoceu. ques dias koo. vou cavar um buraco. . bilhete se tu me amas, ama-me baixinho. não o grites de cima dos telhados, deixa em paz os passarinhos. deixa em paz a mim! se me queres, enfim, tem que ser bem devagarinho, amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda. mario quintana. (o homem sabe, vai.

mentiras sinceras;

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'não existe privacidade que não possa ser penetrada. nenhum segredo pode ser mantido em um mundo civilizado. sociedade é uma bola mascarada, onde todos escondem seu verdadeiro caráter.. e o revela, escondendo-o.'

uma procura humilde.

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clarice lispector escreveu.."essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. esse modo, esse "estilo" (!), já foi chamado de várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. nunca tive um só problema de expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. " *balançando a cabeça positivamente*.

o anel q tu me deste;

ainda não se quebrou. antes de poder formular as minhas próprias conclusões-sempre-atualizadas, escutei coisas positivas sobre o que é o amor. diziam que as pessoas quando amam, flutuam ao invés de caminhar, enxergam estrelas em noites de neblina e todo o mundo muda de cor. que sentem borboletas no estômago, que o amor é cego. que quando se ama, tudo é perfeito e cor-de-rosa. geralmente quem a gente ama tem um status de semideus e estará eternamente ao nosso dispor. lembro-me daquele álbum de figurinhas [hoje - por opção - o caderno da faculdade] que tinha um casal de bonequinhos pelados e cabeçudos sempre acompanhados por frases que começavam dizendo “amar é...” e vinha algo bonitinho em seguida.. as menininhas são instruídas a acreditar que o amor é lindo, perfeito e todas as que forem boazinhas terminarão suas vidinhas ao lado do seu príncipe encantado, como nas fábulas ocidentais distorcidas. mas aí você cresce. e a fábula amorosa começa a se desmoronar quando surge o tal príncipe

humor-negro-desesperante.

duas mulheres. condenadas a cadeira elétrica. no mesmo dia foram levadas a sala de execução. O carrasco, voltando-se a primeira mulher, pergunta: - você tem um ultimo pedido? - eu tenho. como eu adoro funk e batidão, queria ouvir o último CD da Perlla e o melhor do Latino em versão remix antes de morrer. - Concedido, disse o carrasco. o carrasco virou-se para a outra e perguntou: - e quanto a você, qual seu ultimo pedido? - posso morrer primeiro? ..por favor?
pai | s. m . do Prov. pay , paire < Lat. pater s. m. , homem ou animal, em relação àqueles que procriou; progenitor; fig. , autor; fundador; protector, benfeitor; chefe espiritual ou religioso; (no pl. ) os antepassados. não haver - para (alguém) : não haver quem vença, quem supere; loc. interj. , - da vida!: exprime admiração, espanto. de fato falar do criador quando ele é mais um progenitor do que um autor chega a ser incomodo e porque não, frustrante. meu pai sempre dizia para eu usar roupa comprida; não dar moral para homem - nenhum presta! que eu sou uma princesa, mas nada indefesa - para me manter uma princesa forte. dentre várias palavras realizo que independente do valor quando pronunciadas, palavras de pai são sempre válidas. e pesam. e importam. doem. ou faltam. . fazem 163 dias que o rei sumiu do trono e deixou a princesa a decidir o que bem quiser com o seu reino. não sabe se ela decidiu usar saias de um palmo, s
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rapto | s. m. 1ª pess. sing. pres. ind. de raptar rapto: do Lat. raptu s. m. , acto ou efeito de raptar; acto de roubar uma pessoa por violência ou sedução; rapina; roubo; fig. , exaltação de espírito; arroubo; êxtase. - de eloquência: passo do discurso em que o orador entusiasma e arrebata o auditório com os voos da sua inspiração. estou aceitando até com violência.

não tá tudo bem!

de onde foi que as pessoas tiraram que frieza desenrola ou resolve? acho que adeptos do "inverno cresce aqui dentro" estão banalizando a expressão. de verdade. no meu dicionário, frieza é sinônimo de firmeza, e quase um antônimo de inércia. segure, tome uma decisão, mantenha-a. proteja-a.  mas inércia? que há de mais inerte no mundo do que um "tudo bem". seria capaz de dar um prêmio a qualquer pessoa que toda vez que responde um "tudo bem?", "tudo bem" esteja realmente falando a verdade. às vezes eu me pego respondendo até para semi-conhecidos dizendo que NÃO - xingando o frio, o calor, a quina da mesa que pulou no dedinho do meu pé. a fome ou até porque comi demais. o maldito do vizinho que tem um carro a àlcool 1977, que precisa de 10 minutos para esquentar - justo os 10 minutinhos que eu enrolo a "soneca" do meu celular.  não tá tudo bem! grite, se defenda, argumente!, mas de uma maneira que seu argumento seja forte o suficiente