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Mostrando postagens de dezembro, 2007

::: memória

Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. (Carlos Drummond de Andrade) e alguém se atreve a descrever a sensação de ler algo que, sutilmente, encaixa? eu também não.

um achado.

intrelude enquanto o amor não vem e em todas as horas esparsas vejo passar seus sorrisos espero calma pelo seu aviso de quem sempre esteve aqui ao meu lado percebendo meu desespero protegendo de todo o caos enquanto o amor não chega te abraço no início da valsa sei de cor todos os passos nossas danças sem compasso não me deixo tropeçar sem medo do pranto sem cinza da noite enquanto o amor não vinha disfarço seu olhar distante você feito de espelhos cegando minha ternura eu perdida no seu desencanto precisando do seu conforto aborrecida demais pra chorar pra todas as coisas eu tinha você afago sem medo instantes de sossego uma pena se perder em si e me deixar tão só..'

meio amarga com 0,8 de fibras

tem dias que nem tudo conspira pro bem. não está aquele calor matadouro. ventinho. humor jóia, mas eu, amarga. eu não sei se já falei sobre isso aqui, mas me sinto amarga. não pessimista, mas amarga. não depressiva, embora ocasionalmente deprimida. só... amarga. inconformada, porém, tristemente assumida acomodada. desiludida com o que há por vir e ao mesmo tempo sonhadora. personifico uma série interminável de paradoxos idealizando o que quero, mas sempre tendo a realidade pisando no meu pé descalço. meus sonhos, desenhos e risadas sem motivo são as loucurinhas que me fazem sobreviver e acordar todos os dias. queria achar alguém que também soubesse viver sonhando, mas com um pé na realidade. mas o que sempre encontro são pessoas que saíram do chão e não conseguiram voltar e as que se enterraram tanto que inspiram terra no lugar do oxigênio. o medo de sair voando? é me perder. o medo de fincar os dois pés no chão? não me perder. acordo às vezes com o desejo de loucurinha

all the same

religiosamente, desperto segunda-feira com meu celular vibrando e tocando sempre uma música que penso, "credo, estou enjoada dessa música", e já sou consumida por raiva de pensar como pude ficar vendo t.v. e que como a hora passou tão rápido. eu acabei de fechar meus olhos! enrolo. penso. desfaço da minha dignidade, penso que hoje não vou comer para compensar o final-guloso-de-semana, que ganho inversamente proporcional ao tanto que trabalho e ainda hei de abandonar aquela firma. grrr! já possuída pela raiva [2], já nem quero mais dormir, levanto nervosa e percebo que nem todas as minhas roupas foram lavadas porque, obviamente, eu preferi dormir. enquanto o tic-tac rola solto, e a meia hora que eu teria para me organizar foi reduzida à míseros 13 minutos porque eu inventei de 'dar uma arrumadinha' ali. saio em disparada com a certeza que todos vão notar que eu cheguei 2,8 minutos atrasada. disparo. vôo. the flash perderia. chego e noto que todos atra