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Mostrando postagens de dezembro, 2011

adeus, 2011

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tem certas coisas que não precisamos convidar: elas chegam. não são necessariamente ruins, mas algumas parecem ter gosto para a coisa. e isso não significa que vocês não chegaram a se dar bem no início. eu gostava de você, 2011. te recepcionei no melhor lugar, com as melhores energias e melhor companhia. hoje, mal vejo a hora de dizer adeus ano velho e te ver pelas costas, seu infeliz.  um ano velho cheio. de que? cheio de discórdia, cheio de desencontro, de atrasos, de espera. cheio de caixinhas de pandora não abertas por mim, nem por quem gosto - mas que as consequências, só nós sentimos. ano que sobrevivo mais forte mas... precisava? aprendi a quebrar, a colar, a perder, a insistentemente conviver com uma tendência imensa para desistir. mas até em toda sua negatividade, vejo um pouco de bondade, 2011 - a das pessoas inocentes que encontrei querendo me salvar de você. estas, carregarei e salvarei das maldades prometidas em 2012,  um novo ano já condenado que anuncia o

prioridade

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apesar da cobiça geral e muitas vezes conveniente, tudo lhe proporcionava um nível de insatisfação desproporcional ao status de felicidade. até se sentia amada, algumas vezes admirada, outras até bem quista e desejada, mas ainda não estava bom. exigente? incoerente? ela batia o martelo e falava que não. era só uma canseira de tudo, uma sensação de nada que só crescia. quando quis dividir o que sentiu, percebeu: não tinha ninguém. e não precisava ter aquele que a amava, aquela que a admirava - para quem a desejava, não perdia nem tempo pensando - era tempo desperdiçado demais.  exatamente como o tempo que ela gastou se aproveitando dessa conveniência mascarada de infelicidade: pequenos  apreços   tão vastos em quantidade que ela não tituberaria nem um instante se pudesse trocá-los por apenas uma coisa: ser prioridade.

maçã envenenada

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e uma criancinha aparentemente inocente te pergunta: - mas por que você tá triste? - porque acho que tudo, em tudo, tem um jeito de ser mais difícil quando corro atrás e me sinto meio covarde de pensar assim. não que me ache o centro do mundo, mas é que sinto que a maré vai ao contrário, que estou correndo numa esteira sem fim e que toda hora - toda hora mesmo - que sinto que as coisas podem melhorar, alguém me prova o contrário. e o mais difícil é que esse vilão é sempre alguém que eu depositei tudo o que eu tenho de melhor. e mesmo sabendo que isso acontece repetidas as vezes, nem por isso aprendo a mágica de detectar quem esses vilões são. é como se eu aceitasse a maçã envenenada de todo mundo. entende? - mas você sabe que tá envenenada? - sim. - não entendo. - eu também não.

Pedra, papel

Antes de virar pedra eu quero dizer que eu deixei você entrar. Deixei você assumir um papel, pendurar suas roupas, chutar meus sapatos, vestir minha camisa - ser a minha camisa. Antes de virar pedra eu preciso dizer que eu me doei para você. Cada milímetro de pele, de ossos, de movimento. Quis te poupar dos tormentos dos meus defeitos: eu não queria ser devolvida para mim. Antes de tudo isso eu quero dizer que assumi meu papel e me confessei para você: eu não sei conviver com a minha insistência. Não aceito e morro de curiosidade sobre coisas que dizem tudo sobre nós - e que não sei viver com você me deixando conviver só comigo, não contigo.  Não consigo. Antes de virar pedra eu quero dizer que isso é mérito seu. Você chutou meus sapatos, possuiu cada pedaço e nem mesmo com todo esse espaço, foi capaz de honrar seu papel: o de que era você o ser incapaz de me machucar . Não ia me devolver sem me recarregar.  Me dilacerar, afinal, papel também corta, a ponto de me fazer endure
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frequentemente lembrando o quanto venho te esquecendo.

aconteceu, coração

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não é porque passamos por algumas situações que vamos, exatamente, conseguir descrevê-las ou falar sobre elas - tenho sérias dificuldades em lidar com o que eu não sei descrever. a ausência de vocabulário ou experiência são exatamente proporcionais a revolta sem escolta que o meu coração, a ponto de combustão, grita dizendo: o que está acontecendo? acontece coração, que tudo acontece mesmo que não saibamos como tudo está acontecendo. não é porque você quer que o mundo pare que ele vai parar. não é porque você quer desfazer que será desfeito. os minutos vão passando e eles não tem, necessariamente, o endereço que você gostaria que eles tivessem. se é destino ou será a vida, coração, eu não sei te dizer. sei que você, meu coração, tinha os minutos os endereçados para felicidade da maioria. mas eles são contraste diante da realidade. no fundo, às vezes, feliz é o destino da minoria, do coração dos outros. posso te dizer que aprender a contentar-se com a felicidade de

um sorriso, uma eternidade

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eu gosto de pensar em você sorrindo. gosto porque seu riso ecoava, seu riso era sincero - e como era saboroso ver você sorrir. mas sei que não era só isso.  devera pensar, obviamente, no seu senso de bondade, de boa vontade, no seu volume cheio de verdade que iam além dos decibeis suaves e agradáveis.  como seus elogios eram sinceros e de como você expirava orgulho quando falava sobre mim.  claro que também me recordo de sua inconveniência em interromper qualquer momento para fazer valer sua opinião e no fim, fazer alguém rir - e lá estou eu lembrando do seu sorriso de novo. como era impossível não rir de você! - a última vez que te vi, você sorriu pra mim. e assim que quero pensar. este último riso seu será eterno. exatamente igual o meu amor por você.