Quero cansar de acreditar. Assim, quem sabe, eu canso de me decepcionar?
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Mostrando postagens de outubro, 2011
bom
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bom, estive pensando no mal que há em ser apenas bom. acontece que até apenas ruim tem mais intensidade do que apenas bom. bom, veja bem: bom anda em paralelo a conformidade. por mais que duas linhas paralalelas não se encontrem, estão correndo juntas ali eternamente - e gosto de conformidade já soa ruim suficiente. assim, dantes ruim do que bom - afinal, o desconforto sempre leva a alguma atitude em prol de que tudo melhore. se o bom é bom, podia incomodar menos. mas ele já soa como menos - bom é menos melhor, menos gostoso, menos ótimo, menos excelente. o bom é só bom. e desde quando bom ba sta?
quando a borboleta vira largata
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injusto e feio é quando destrói-se o que constumava ser bonito. bonito por natureza, bonito por tempo, por construção, por esforço e dedicação. quando a decepção é repetida a exaustão, chega-se um ponto que mal decepciona-se: está destruído. só resta lamentar. abstrair. esquecer. quando a fase final da borboleta não é apenas sustentar-se no ar até a luz se apagar... e sim voltar a ser lagarta, não há nada que se faça ou desfaça: nós simplesmente detestamos quaisquer coisas que tem a opção de voar mas preferem ficar por ali, rastejando.
vento
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desfaz-se entre meus dedos onde não posso te segurar, transforma-se em algo que desconfio não valer a pena lutar. destrói-se em migalhas de algo que um dia fora grande e valioso, bonito; e não há barreira que eu possa fazer diante desta brisa: as migalhas tendem a voar. espalhadas, não constroem nada. diante da pequena sensação de liberdade, dissimula-se perto de outros terrenos, de ervas daninhas, que crescem a circunstância do nada (ou de restos). de longe, ludibriam. de perto, fazem jus ao nome - pragas são pragas. são elas que engolem as migalhas. apodrecem na terra. apodrecem a terra. esta, já não será capaz de gerar mais nada. nem algo que um dia, há de tornar-se migalha.