quedas livres e descidas de barranco são momentos onde, por mais que você queira, não consegue raciocinar direito. muito menos enxergar quanto tempo de queda ainda tem por vir. e se a queda não é livre, quando você começa a pensar que logo vai terminar, suas costas batem contra o mesmo morro que, ironicamente, foi você quem fez tão alto e tão difícil de subir. não se aguenta de dor. segue o deslize que alternando entre tentar agarrar-se a algo e lamentar pelas dores que sente nas mãos vem uma súplica por uma ajuda que não virá. uma lágrima por uma dor que não nem se sabe de onde vem. o corpo esquenta e finalmente você de tanto tentar, vai descendo menos rápido do que antes - vem uma memória de alguém que você gosta. finalmente pensa que vai conseguir passar por mais essa etapa... mas se deslizando estava péssimo quem diria agora que começa a rolar. e do nada uma imagem louca de como tudo isso começou. chega na beiradinha não consegue segurar - fica presa pelo ganchinho de ...
o óbvio é tão tedioso, papai noel. está certo que todo ano faço alguns mesmos pedidos que você com certeza lê pensando blá blá blá, mas outros, você me atende, e desta vez, essa cartinha vai numa época que você só vai receber o IPVA do diabo do troço que você usa para se locomover (não que eu me importe), mas é uma cartinha para te agradecer, pai noel. obrigada, por ter atendido meu pedido de um ano tranquilo, onde meu couro cabeludo não teve que presenciar tentativas de surgimento de companheiros albinos. obrigada noel, por cumprir sua promessa de um grande ano profissional onde todos os meus queridinhos notaram os esforços e, finalmente, me deram um panetone de natal. obrigada velhinho, por iluminar a minha vida amorosa e deixar tudo tão claro...que eu mal pude enxergar. obrigada seu velho gordo, por me deixar clara e certa de que, esse ano, eu possa ter escolhido o curso errado da minha faculdade tão baratinha. obrigada, seu safado, por nem aparecer este ano. assim, de qualquer for...