destroços

se arrumar a casa já padece ser desanimador o suficiente, é mais propenso a exaustão quando a sujeira não é sua. além de revoltante, pode ser executado com a má vontade que cada ser humano desanimado sabe que tem. 

reparamos a casa alheia, algumas vezes indagamos como queríamos, do fundo do coração, que fosse a nossa.
a minha casa está suja. suja de palavras feias, de ofensas infames, de restos de sentimentos que deveriam ser bons mas que sofreram mutações nada dignas de orgulho.
mesmo que você não seja algo tão perfeito como um espelho para refletir, você pode ser um vidro. neutro. limpo. sem a sujeira.
mas como ele, transparente, eu vejo tudo através da minha proteção. trinco e me parto em assistir.. e sei q o azar é meu.
a boa vontade, contra o azar. e você limpa, de todas as maneiras. mas como não se sabe a causa da sujeira - só os sujeitos da ação sabem o porquê e seriam capazes de limpar tudo. por mais que a boa vontade seja forte não se limpa do jeito que deve ser - vira maquiagem, algo que teme-se a desmanchar na primeira chuva, na primeira brisa.
eu quero a minha casa limpa. que os insultos sejam retirados; as ofensas, retiradas; antes que eu me retire.
rachaduras são o alarme suficiente para agir antes que algo em mim se quebre por definitivo. não deve existir nada pior do que sentir-se sujo e ter os destroços ao chão para alguém limpar.

Comentários

  1. texto pesado, mas bonito.
    estou caindo de sono, mas quero conversar contigo, entao amanha/fds conversamos, ta?

    era só pra vc saber que passei por aqui.

    amo você, tati.

    ;*

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

não duvida não

eu te amo

quem acha, procura