me leve, por favor
- toma. pega.
se passo correndo a mais de cem por tanta gente, porque meu deus, você não se interroga como estaquei-me justo em você?
- pode pegar, eu não mordo não.
às vezes posso ranger e mostrar os dentes - eu não sou indefesa. mas isso não quer dizer que eu não quero que você tente.
- estou garantindo, pode fazer carinho.
quando pisco ou finjo que não olho, não é desdém: é pra você exigir minha atenção e eu corresponder o meu afago na base do tato.
- e vai, logo, me pega no colo.
se até agora não corri - não passei, não mordi e contorço toda vez que me acaricia, é absurda a nitidez do quanto exprimo dessa vontade.
se até agora não corri - não passei, não mordi e contorço toda vez que me acaricia, é absurda a nitidez do quanto exprimo dessa vontade.
eu? eu não posso pular. não que eu não queira - mas e se essa for minha última vida e você não me segurar?