contrastes


para ela, em sua herança, não existia nada mais desconfortável do que ficar em território hostil. em lidar com o inesperado. nesta situação, cercada de semelhanças e paralelos, nunca há de se ter certeza do que se encontrar em cada esquina.
e cada uma delas tem um desconhecido e qualquer semelhança é mera coincidência: uma mulher com pernas de fora e cabelo até na cintura pode até não ser mulher. pode ser alguém q foi assaltado a três esquinas precisando de ajuda. pode ser a famosa que se vende. pode ser aquela com distúrbios mentais. pode ser alguém ausente de vergonha com simples calor. talvez um merchandising. pode ser. e haverão várias, várias esquinas.
por mais que a dúvida paire sobre ela nos momentos mais negros, é o território que ela escolheu - que, apesar da diferença constrastante com a sua vida - ela tinha era uma puta paixão pelo desconhecido. de sua curiosidade ter poderes para colocar a sua interpretação em cima daquele ser parado na esquina. e em todos os outros que havia de cruzar.
ela decidiu colocar o contraste a favor da hostilidade: aplicou-o no território. onde existir a sua cor, haverá o realce. o que não for tão importante para ela, desaparecerá.

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