simples companhias





sentada e sem propósito, aquele dia, a borboleta mais linda que pudera ter visto, pousou no meu colo. aquilo era tão lindo e a inquietude de mostrar para alguém acabou a afastando a ponto de não vê-la mais. 
um brinde às coisas simples da vida, cuja simplicidade é tão sucinta que chegam a ser complexas - seriam mesmo as simples coisas as mais satisfatórias?
já encontrei satisfação, sim, em coisas simples. as vezes só, as vezes completamente só em meio a várias pessoas; mas as vezes que a satisfação encontrada tinha a presença da minha platéia,  essas sim valem a pena serem lembradas. geralmente essas pessoas, simples, tornam coisas grandiosas ou pequeninas em satisfatórias, simplesmente por dividí-las conosco. coisas são pequenas perto de grandes companhias! triunfos, medinhos, sonhos distantes, quebra de regras: tudo é mais digno se existe alguém com quem você os divida. assim, penso eu.
o tempo com aquela borboleta poderia ser mais apreciado. ela, mais valorizada, viraria duas histórias, dois pontos de vista de duas pessoas que por um instante, foram só uma.
que dividiram a satisfação de um momento que poderia durar para sempre.



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